Lagos tranquilos, florestas exuberantes e Herança Cultural no Báltico.
Explore a diversidade das paisagens no Mar Báltico, que vão desde florestas exuberantes e lagos tranquilos até praias intocadas. Descubra a rica herança cultural com pratos tradicionais como o cepelinai lituano e o pão de centeio letão, refletindo a mistura de modernidade e legado histórico.
EUROPA
Daniel Ribas
7/20/20192 min read


Vilnius
Antes do amanhecer, por norma, é escuro e, a primeira noite em Vilnius, na capital da Lituânia, não foi exceção. O alarme de incêndio desatou aos berros, passava pouco da meia-noite. Saltamos da cama e corremos sorumbáticos pela vida. Na rua, abrimos, finalmente, as pestanas, mas o mundo permaneceu escuro. Os bombeiros entraram no edifício como se fossem guerreiros dispostos a fazer amizade com a própria morte, no entanto, não foram capazes de encontrar o problema. Duas horas depois, reentramos no edifício por nossa conta e risco. Pouco tempo depois, o mesmo alarme, uma e outra vez, assaltava-nos o sono como um espírito mau. Os sonhos não se queriam aproximar da nossa cabeceira, as horas, caíam, uma a uma, até ao amanhecer. O sol nasceu com um brilho amarelo doentio, e não foi capaz de se elevar mais do que uns míseros graus acima do horizonte. Não emitia luz, propriamente falando, mas uma espécie de lume sombrio e triste. Preparamos um café forte, agarramos no mapa e saímos para a rua com uma certeza – o dia não seria pior que a noite. Começamos, então, com uma passeata pela “Cidade Velha e Uzupis”.
Uzupis
A primorosa república de Uzupis, jazia ainda silenciosa e deserta, as luzes dos velhos candeeiros morriam depressa, mas o amanhecer revelou um bairro que reivindica ser uma espécie de principado autónomo e independente. Encontramos a sua própria constituição cravada na parede e traduzida para mais de 30 línguas! A constituição garante aos seus cidadãos, entre outras coisas, o direito a água quente, a ser único, a amar, ser livre, ser feliz ou infeliz… e, acaba, com o mote: “não derrotes, não contra-ataques e não te rendas”. É um enclave exuberante que serve de refúgio a pessoas singulares e a vários artistas, aliás, a sua presença nota-se em todas as paredes e serviços… Como, quase, todo o artista é um anarquista e um poeta só na desordem se sente bem, não foi fácil encontrar aberto o tal escritório onde se pode carimbar o passaporte! Isto é gente talentosa e alienada que suprime todas as convenções. Outrora, Uzupis chegou mesmo a ser um dos bairros mais perigosos de Vilnius e a morada para muitas prostitutas e toxicodependentes, mas, em 1990 quando muitos boémios e artistas se mudaram para aqui a vizinhança foi revitalizada. Hoje, as lojas são galerias, os cafés emanam classe e os restaurantes servem bom-gosto. Mais tarde, fomos convidados a fazer um percurso alternativo. Tivemos o atrevimento de nos imiscuir num grupo de viajantes. Este passeio levou-nos a sítios onde de outra forma nunca chegaríamos – mercados que nos deixam de água na boca (o báltico cheira a funcho, a frutos do bosque e a ‘pickles’), arte de rua que nos faz saltar os olhos da cara e cair o queixo, e até, a um encontro inesperado, cara-a-cara, com um gigante, a estátua do Tony, a personagem principal da série “Os Sopranos”.
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