Viajar pelo Reino Unido: cidades icônicas, história e cultura.

Cambridge

Num dia fastidioso de inverno, demasiado pequeno, depressivo e opressor, enquanto um belo arco-íris se arremessava no firmamento, nós arremessámo-nos para uma escapadela (só não digo turismo porque estas aventuras não são próprias para turistas). O caminho que se estende de Cambridge ao País de Gales é polvilhado com bonitas aldeias e cidades medievais. É um mundo antigo e idílico, com encostas cobertas por mantos verdes, chalés da cor do mel, telhados de colmo, imaculados jardins de rosas cor do fogo e igrejas anglicanas.

Oxford

Em Oxford, paramos dois dias e uma noite. Esta notória cidade académica é uma gloriosa manta madura de maravilhas douradas. Enquanto passeávamos no homogéneo centro histórico, saltou-nos à vista as parecenças com Cambridge, assim como, vários edifícios desenhados por alguns dos mais conceituados arquitetos do Reino Unido, no entanto, o que mais gostamos foi admirar o esplendor das centenárias universidades, cada uma delas, exibe orgulhosamente, capelas góticas, claustros seculares e um tranquilo retângulo verde. A nossa visita terminou num ‘pub’ onde bebemos duas cidras geladas e conhecemos um italiano anglofílico desesperado a parecer o mais inglês possível, falava a língua com um sotaque Cockney perfeito, usava roupas inglesas e conseguiu até, imaginem só, desenvolver o palato ao ponto de apreciar a gastronomia inglesa. No entanto, entre dois sorvos gelados, o Francesco, confessou-nos que ainda tinha dificuldade em perceber o uso do eufemismo no humor inglês. Felizmente, para ele, nos bares, o sentido de humor é diferente, como nos explicou: – Se forem regulares, como eu, é até aceitável usar um trato mais ordinário… observem, – diz e vira-se para o empregado: – oh companheiro alguma possibilidade de me servires a porcaria de uma cerveja algures ainda este milénio? Estou aqui acampado desde quarta-feira passada! O barista vira-se para o nosso amigo: ouve lá ó “Leaky” (penso que a alcunha infortuna do nosso amigo Francesco se deve ao facto de ele ser canalizador) já que vives aqui, vais começar a pagar renda. Nisto entram num amigável e humorístico bate-boca onde o cavalheirismo inglês que defende “não é a vitória, mas a participação que conta” ainda é verdade. Os antagonistas gladiaram-se para o nosso entretenimento e, no fim, permaneceram amigos. É apenas um jogo que terminou com mais uma rodada – oferta da casa. Nós não somos muito de bares, mas foi um bom serão.

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