Camboja - Uma Viagem Fascinante por Phnom Penh e pela Civilização Khmer
Viajar pelo Camboja é uma experiência valiosa. Explorar a rica história da civilização khmer é fascinante a assustador! Descubra a capital Phnom Penh, onde o charme colonial se une a marcos históricos como o Palácio Real e o Museu Nacional.
ASIA
Daniel Ribas
8/1/20152 min ler


Camboja
Desaguamos no Camboja por terra, a bordo de um “sleep bus”, um autocarro que no lugar dos bancos tem camaratas. Em teoria, uma boa forma de rentabilizar tempo e dinheiro, pelo menos para quem conseguir dormir! De Ho Chi Min City, no sul do Vietname, até à fronteira circulamos muito devagar – o controlo aduaneiro só abre às 6h da manhã e, assim sendo, não interessa chegar cedo. Instalámo-nos o melhor possível e esforçámo-nos por conseguir um pouco de repouso. Quanto a mim, isso sucedeu para além das minhas esperanças, e dormi até ao nascer do dia, quando a Ana, que havia sido menos favorecida, me despertou para a vida. Na fronteira, pagamos em dólares pelo visto e após mais meio-dia de viagem chegamos a Phom Pen, maçados pela trepidação das crateras no asfalto, inebriados pelos odores de alguns pés venenosos, ensurdecidos pela roncaria dos dormidores, entorpecidos pelo tempo da viagem e, ainda assim, estranhamente animados.
Phom Pen
Phom Pen é uma capital caótica e aflitiva. A frente ribeirinha tem charme, mas mais para dentro as artérias são empoeiradas e têm uma atmosfera dos diabos com ar um pouco selvagem!
Na Ásia, a vida gravita muito à volta da comida. Calha, por sorte, que fazer peregrinações gastronómicas é connosco – invadimos o mercado central e avançamos de banca em banca, guiados pela fé dos odores e pela esperança de encontrar os sabores. Primeiro medimos a pulsação do lugar e depois selecionamos os petiscos mais exóticos, nós e um enxame de turistas – parecíamos gafanhotos a devorar gramíneas. O frenesim constante deste mercado empresta agitação à cidade! A comida é sofisticada e demasiado tentadora, de maneiras que comemos muito e depois voltamos a comer ainda mais. Numa banca que cheirava particularmente a pimenta; pedimos “sem picante”, porém, não sabíamos qual era a definição de “sem picante” que eles tinham na cabeça. Dei a primeira bocada e já não vale a pena falar daquilo que comi a seguir.
Apesar de saber que o picante não é solúvel em água, este conhecimento não me serviu de nada, tal era o desespero. Agarrei na minha água e, depois, na água da Ana também, mas a língua ardia cada vez mais. Comecei a suar em bica e mudei de cor três vezes. Quando o cozinheiro, ligou a ventoinha no máximo e me ofereceu leite de coco, já eu estava da cor de um pimento vermelho maduro. A comida era boa? Não sei, não me soube a nada, só a pólvora.
Continua…
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