Rumba e Charme de Havana e Trinidad
Descubra a rica herança cultural de Havana e Trinidad, onde a rumba e a música ao vivo ainda abundam nas praças históricas. Explore as ruas de paralelepípedos e relaxe nas deslumbrantes praias de areia branca, como Varadero e Cayo Coco, um verdadeiro paraíso tropical.
AMÉRICA
Daniel Ribas
8/24/20172 min ler


Baracoa
Num carro velho, só para aguçar o espírito de aventura, entramos vagarosamente pela frente marítima adentro. A urbanização adensou-se e denunciou a proximidade do centro de Baracoa. Inesperadamente, e para o entretenimento de todos, começamos a ser perseguidos por um ciclista que pedala ferozmente no nosso encalço . O homem entra num sprint desenfreado e, a pedalar de pé, vai bradejando e acenando, visivelmente em dificuldades para acompanhar o ritmo lento da carrinha! Resolvemos ignorar a bizarra situação até que o inesperado e ofegante sprinter arranja dois sopros para gritar – Ana de Portugal? – Queres ver que o nosso itinerário foi anunciado hoje no jornal da manhã, digo eu, pasmado! Entretanto, o motorista pára . … e o quixotesco perseguidor diz ter um quarto para os portugueses. Ao que parece esteve ao telefone com o nosso hospedeiro de Santiago e trataram da nossa reserva. Com o desconfiómetro ligado… fomos então ver a habitação. Uma casa colonial pouco pretensiosa, mas onde cabíamos. Estávamos positivamente surpresos. O nosso hospedeiro, morde amargamente um charuto barato e medita sobre o preço. Fechamos negocio sem negociações porque, regatear preços em Cuba é a mesma coisa que ralhar com a chuva. Dizem que quem quer conquistar a ilha tem de queimar, primeiro, os próprios barcos. Assim fizemos… ao abandonar as malas à mercê de terceiros. Ariscamos tudo e fomos fazer uma passeata ao coração de Baracoa.
A praça central
Em cuba, todas as cidades têm uma dinâmica muito parecida e a vida das pessoas parece gravitar inevitavelmente em torno de um ponto específico, particularmente de um parque ou praça… É um ponto de encontro onde as pessoas socializam e, as que podem, navegam na caríssima e lenta Internet. É como se fosse o centro, onde assenta o bico do compasso e a partir daqui, todas as pessoas, decidem a sua vida em percursos radiais, de onde todos partem e aonde todos regressam. Consequentemente, é também onde os jineteros montam as ratoeiras para caçarem algumas notas aos turistas incautos e onde tentam engatar algumas turistas intoxicadas pelo licor de banana. Mas, é também, onde se dança, canta, bebe e se convive como se convivia quando os telemóveis não existiam… são o equivalente às nossas redes sociais, mas onde se está realmente rente ao outro e onde ainda se pode viver a experiência vital e íntima de partilhar um silêncio.
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